CORAÇÃO PRISIONEIRO
Tenho convivido com o coração ainda aos pedaços,
tenho tentado transformar meus nervos em aço,
no momento que a luz do sol bate em meu rosto,
tentando viver cada um dos meus dias de desgosto,
por não ter mais prazer nas coisas que eu faço!...
A quietude que invade este sofrido ser humano,
nos segundos de recordação que se repetem,
seguidamente, como ponteiro de um relógio,
me faz lembrar das palavras, gestos e elogios,
que sairam da sua boca e que ainda me acometem!
Cercado pelo pensar, pelo querer e pelo não ter,
sigo, ainda em estado de sonho, imaginando,
e a pergunta que me faço em cada vez,
porque não acabar com essa insensatez,
que aos pouco vai me matando?...
Me acovardo perante o desenhar da resposta,
eu que vida dei ao grande amor que conheci,
eu que através dos anos arrastei-o até aqui
Não consigo abrir a enorme e pesada porta,
onde tu trancou o grande amor que vivi!...