Nada é meu
Nada é meu
De nada é meu universo
De transparência minhas vestes
A ingenuidade foi meu véu
A crença sempre o fel
Meu engano!
Vosso mel!
Mel azedo, impuro.
Sem sabor do momento.
Foi um alimento indigesto.
Sem gesto sagrado...
Os versos explanados...
Sempre á mim dedicados...
Nunca foram meus!
Invisível é o teu amor.
Oco o teor de teus versos...
Preencheu-me de vazio...
E esvaziou meu universo interior!
Não, não era para mim seu amor...
Não foi por mim que chorou...
Não foi por mim seu amor...
Não foi por mim seu encanto...
Só foi por mim este pranto!
Só foi por mim o lamento!
Só foi por mim a ilusão!
Meu maior engano...
De ter tocado seu coração!