Quando se Vive Muito Tempo

Marcas da vida cobrem meu corpo inteiro.

Meus cabelos, já queimados

Pelo calor de minha caixa craniana.

Minha expressão não demonstra mais

O que sinto no momento,

Mostra o quanto já senti

De cada sentimento.

Não lembro essas coisas...

Até tentar correr...

Até ouvir e tentar fazer parar de correr

O tiquetaquear do antigo relógio da sala!

Às vezes surgem essas esperanças estranhas...

Que dão vontade de gritar!

Mas não posso mais.

O cigarro estragou minhas cordas vocais.

Estragado...

É assim que estou...

E já sou!

Pois não deixarei de estar.

Já não posso confiar nem em mim mesmo!

Nem em meus músculos! Nem em meus ossos!

E nem em minha mente...

Que quer voltar no tempo.

Que me faz escrever poemas como esse.

Majella Fraga
Enviado por Majella Fraga em 24/02/2013
Reeditado em 14/01/2014
Código do texto: T4157375
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