VERSOS ASSASSINADOS
Um crime condenável
Ou um ato de legítima defesa?
As provas eram irrefutáveis
E os motivos inegáveis:
Versos mentirosos,
Ricos em beleza,
Mas, sem verdade,
Pobres de espírito.
Oferecidos indiscriminadamente,
A torta e a direita,
Por um poeta insano,
Que, certamente, não mensurou o tamanho do dano.
Fazendo a antes, feliz musa,
No auge de sua tristeza,
Tomar uma atitude extrema,
Porém, perfeitamente compreensível:
Pegou os versos e fez picadinho deles.
Depois, ateou-lhes fogo.
Talvez, querendo matar-lhes até o espírito,
Se é que eram providos.
Não por ciúme,
Mas, por pura decepção.
Como culpá-la?
Agiu com o coração.
Merecida é a sua absolvição!
Jeronimo Madureira
22/02/2013.