Mundo em caos

o mundo não é estável

tudo muda quando

tudo não esperamos mudar

o homem não tem controle

de nada neste mundo

tudo desliga, tudo nasce

tudo morre

quem controla também

morre, quem dita não sabe

o que fala

ninguém possui o ontem

nenhum tem o amanhã

não se sabe as horas ao certo.

o que é o peso, a medida e a distância?

os raios podem aparecer

e destruir tudo, o vento não sei de onde,

pode vir, balançar e me bagunçar

nada fica no lugar, os montes

outrora eram vales, daqui a dias

ficarão aplainados

águas caem, sobem. frutas nacem,

esverdeam e apodrecem

caem, geram sementes, fundam-se

no chão, fecudam e brotam

o gado muge sem ninguém mandar

os bebês cagam, os jovens beijam

as mãe choram, os pais protegem

podre é quem pensa controlar tudo

estamos instáveis. fogo aqui, gelo

ali, vento cá, sol lá

caos, brigas, descontroles, insanidades,

noites, vulcões, tempestades, separações

deserções, mutilações, perseguições

e mentiras, dores e contendas,

guerras e palavras, mísseis e caixões

não estamos estáveis

o mundo não pára, a velocidade é gigante

o eixo não quebra, a rotação não se mede

é muito poder para segurar este mundo

não há facilidade. Não ha controle

ninguém é perene, quando começa a

conhecer chega-se ao fim, o pulmão cansa

o cerebro pira, volta a ser criança

ninguém alcança, o pico deste monte

a Tradição permanece,

aquilo que falaram ficou, pessoas foram

e ideias ficaram, ficam eternas

nas mentes novas, que passam

como uma corrente, onde cada

demente é um gomo

se não sou elo, me torno

farelo, uma fagulha apagada,

um fogo fumegante, um caniço trincado,

num mundo irrequieto