A CONFRARIA DOS BEM-AVENTURADOS

Eis o destino dos felizes nascituros

Que traçam para sempre a terra eleita

Doando aquela vida mais perfeita

Entre os prazeres perenes de ideais futuros.

Não há que lamentar os tempos duros

Naquela solidão tornada rarefeita

Apenas resistir à ânsia contrafeita

Do ignóbil cortejo dos artistas puros.

Tocou já, desde há muito, a rebate

Nas ásperas quebradas da montanha

O gonzo da partilha para o vil combate.

Mas, ó desilusão e sorte muito estranha,

Porque será que neste xeque-mate

A partilha de muitos se arreganha?

Por todas as razões a ilustre Confraria

Recolhe na colheita dia a dia

Os bem-aventurados lucros da façanha!

Frassino Machado

In RODA-VIVA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 19/02/2013
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