A CONFRARIA DOS BEM-AVENTURADOS
Eis o destino dos felizes nascituros
Que traçam para sempre a terra eleita
Doando aquela vida mais perfeita
Entre os prazeres perenes de ideais futuros.
Não há que lamentar os tempos duros
Naquela solidão tornada rarefeita
Apenas resistir à ânsia contrafeita
Do ignóbil cortejo dos artistas puros.
Tocou já, desde há muito, a rebate
Nas ásperas quebradas da montanha
O gonzo da partilha para o vil combate.
Mas, ó desilusão e sorte muito estranha,
Porque será que neste xeque-mate
A partilha de muitos se arreganha?
Por todas as razões a ilustre Confraria
Recolhe na colheita dia a dia
Os bem-aventurados lucros da façanha!
Frassino Machado
In RODA-VIVA