Vidas não Vividas

Amor é amor seja de qual jeito for,

E por isso destoamos do Livro Tal;

Mas uns ensistem em carregar a dor,

Em dois pesados pedaços de pau.

Você embeveceu sua alma de culpa

E verteu seus desejos em pecado;

Vive de arrependimento e desculpa,

E hipocondricamente tem chorado...

Em vão tem lutado contra si mesmo;

Mas seus passos não seguem seu coração...

E o mundo lhe aponta o dedo assim mesmo,

E se desfaz sob seus pés todo seu chão.

Mas assim você nunca será feliz!

E não fará alguém feliz, por conseguinte,

Pois você jamais será o que um dia quis,

Por mais claras sejam as cores que pinte.

Mas meu breve amor; tão cedo nos vamos;

Não fomos nada, tampouco um dia seremos:

Nem a única vez em que mal nos beijamos!

Nem o único abraço chocho que nos demos!

Tanto eu tentei derrubar todas suas barreiras;

E tanto eu tentei penetrar no seu mundinho;

Mas você se fechava de todas as maneiras,

Alheio a toda manifestação de carinho.

Do que você tem medo que não me diz?

Confie em mim porque estamos do mesmo lado!

Não consegue ver o tanto que é infeliz:

O seu riso tênue; seu olhar marejado?

Você quer enganar o mundo se enganando;

Quer buscar a felicidade se escondendo;

Mas as portas vão, uma a uma, se fechando,

E é somente você quem está perdendo.

E eu apenas posso agora lhe dizer adeus,

Com todo pesar do meu sufocado peito;

E, inda que eu não faça parte dos sonhos seus,

Você estará sempre em mim do mesmo jeito.

Franz Venn Nietzsche
Enviado por Franz Venn Nietzsche em 19/02/2013
Código do texto: T4149133
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