Almas Em Deglade

Quando o amor se acabou entre nós dois?

Onde ficou a eternidade prometida?

A quem culparemos por tudo depois,

Já que não encontramos outra saída?

Como não notamos tanta diferença,

A ponto de levar tão longe este amor?

Talvez tivéssemos com muita carência;

Talvez quiséssemos enterrar uma dor;

Mas agora acabou! E estamos mortos!

Sem arrependimentos e sem perdão;

Sem alarde e sem dizer adeus sequer;

Apenas com uma pedra em cada mão

E um tanto de ódio na lembrança até...

Mas agora acabou! E estamos mortos!

E não mais o céu se abrirá para nós!

Nem mais o vento nos soprará o rosto!

Nem mais é preciso estar de novo a sós

Apenas na língua um amargo desgosto.

E estamos nós mortalmente feridos;

E estamos eternamente magoados!

E o resto que me ficou está perdido;

Esvaído por um coração quebrado...

Ficamos nós em nós como lembranças...

Com este ódio a apunhalar nossas almas.

Com este frio a delir as esperanças....

Com este medo a expor nossos traumas!

Mas agora acabou! E estamos mortos!

Sem arrependimentos e sem perdão;

Sem alarde e sem dizer adeus sequer;

Apenas com uma pedra em cada mão

E um tanto de ódio na lembrança até...

Mas agora acabou! E estamos mortos!

E não mais o céu se abrirá para nós!

Nem mais o vento nos soprará o rosto!

Nem mais é preciso estar de novo a sós

Apenas na língua um amargo desgosto.

"O túmulo fornecerá muito tempo para o silêncio."

Mas corações silenciados não mais baterão igual.

Franz Venn Nietzsche
Enviado por Franz Venn Nietzsche em 19/02/2013
Reeditado em 28/08/2020
Código do texto: T4149131
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