Rosa despedaçada

Rosa vermelha que sangra na noite.

Suas pétalas de vidro partindo-se na nevoa densa.

Pode ser impressão minha.

Mas acho que posso ouvir seu choro no vento.

Enquanto os morcegos serpenteiam sob nós.

Sangrando, sangrando.

Eu sei o que você sentiu quando foste arrancada da terra.

Rosa sangrenta que escorre no esgoto.

Sua cor dissolvendo-se na merda.

Seus soluços ecoando na tubulação.

Meu pranto cassoando a lógica de teus membros partidos.

Teus olhos vidrados no vidro encaram-me em minha existência insalubre.

Somente meus, irão comigo até os sete palmos de terra.

Rosa destroçada em mentiras.

Seus cabelos agora nadam na urina daqueles que enganou.

Em tuas teias de vaidade malignas que a tantos engendrou.

Jamais saberão, que tuas pétalas suaves de veludo.

Uma a uma eu rasguei, lançando-lhe a teu merecido lugar entre os despejos humanos.

Oh maldita das criaturas.

Rosa vermelha em pecado.

Teus espinhos malignos perfurara-me a razão.

Arrancando meu coração e carne em um único sussuro doce.

Seu perfume adorável, agora é tão podre quanto tua alma.

Desgraçada.

Rosinha fútil cujos lábios em orvalho me levaram ao paraíso.

Teus seios rendondinhos como lua cheia hoje bóiam no álcool.

Meus! Completa e irrevogavelmente meus!

Tua serpentuosa língua dei de comer ao teu gato.

A peste saboreou com gosto e pediu mais.

Dei-lhe tuas mãos e pés, que jamais tocarão outro homem.

Perversa!

Você é a escória mein Rose am schönsten!

Por todo mundo as mulheres envergonhar-se-iam de ti!

Cadela!

Sim rosa, cujos olhos observam-me enquanto me satisfaço pensando em tua boca de [fada.

Teu coração eu guardei, como quem guarda a mais preciosa das coisas.

Sabe onde?

Em minha soberba barriga que tanto adoravas.

Pois assim ele viraria merda, assim como o resto de ti.

Maldita entre as amaldiçoadas criaturas que caminham sobre a terra.

Que apodreças no limbo enquanto saboreio o ocre gosto de tua ausência.

Querida...