Mais um poema idiota
Foi o que escrevi o que nada disse,
sem que ela gostasse ou visse,
sem que me desse o menor valor.
E nas rimas pobres e desajeitadas,
ressentidas por mim, magoadas,
eu desmanchava toda a dor.
Mas ela diz que o poema é idiota,
que não vale o rodapé ou a nota
perto de tudo o que conheceu.
E eu que sou poeta sem meios,
diante da vaidade sem freios,
recolho-me ao que já se deu.
Poeta de nada oriundo,
por pouco um amante vagabundo
de um amor que ama outros valores.
Tolice escrever tantas vezes
para alguém que despreza meus meses,
minhas tantas rimas e flores...