Poema de quarta-feira

Guardo fantasias bordadas

e alegorias quebradas

numa tarde de carnaval.

Na gaveta, esqueço do perfume

da camisa estampada com flores;

Há no escuro das ruas,

fotografias de amores

deixados em vidas

passadas.

Foram tantos olhares

e passos marcados!

Ainda ouço a batucada

do último desfile.

O corpo descansa.

Alonga-se nas sombras das horas,

num fevereiro lembrado

sem nostalgia.

Veste a quarta-feira

embalagens sem cores.

Afoga-se apaga

uma nova folia.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 13/02/2013
Reeditado em 15/02/2013
Código do texto: T4137279
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