Bramiste na voz dos sinos...
Gritaste nu de ti, faminto de abraços ternos e afagos,
cortado nos vidros - estilhaçados engolidos -,
e nas fronteiras ensanguentadas do verde sangue.
Bramiste na voz dos sinos, bem alto, a solidão
de solitários caminhos, aqueles se agasalhavam
no gelo perpetuado de Paços e copados Claustros.
Nos rios vagos de rutilantes brilhos projectaste
imagens difusas do teu rosto sofrido, no terror
e no pavor de amar no amor e ser amado,
e no desejo contido de ser cisne reflexo de um lago.
Com medo de sofrer ... partiste!
Veio o Inverno! As sombras de um sonho não vivido
dormem, tal gato adormecido,
na soleira sem vida da gruta dos sentidos.