CAÇADOR DE MIM
CAÇADOR DE MIM
Me perdi pelo caminho,
Me procuro e não me encontro,
Tento me encontrar em cada rosto,
Desiludo-me, não sou eu.
Tento me olhar por dentro,
Não me acho, não me encaixo,
Em nada que vejo, em nada que penso,
Os meus próprios sentimentos,
São confusos, sou estranho,
Estou distante de mim mesmo,
Ando a esmo, no escuro,
Me procuro, no passado,
No presente, no futuro,
Mas não sou lugar comum,
Sou lugar algum.
Não sou igual, nem diferente,
Não sei quem sou, nem se sou,
Devo ser alguém, mas quem?
Medito, reflito, filosofo,
Masa resposta é outra pergunta.
Pergunta sem resposta,
Que não quer calar, não quer falar,
Sou o silêncio? A solidão?
Sou ilusão? Ou desilusão?
Sou o barulho? O bagulho?
Sou o cara? Ou o mala?
E assim segue, mil perguntas...
E a infinda procura continua,
Nos campos, nas ruas,
Nos bares, nos lares,
Nos três oceanos....
Talvez no espaço, dos céus infinitos,
Ressoe o meu grito da eterna procura.
Quem sabe eu me ache,
Em algo me encaixe
E deixe de ser,
Caçador de mim.