Em cinzas
Em Cinzas
O Salão está vazio, a música desouve-se na memória, inglória
Serpentinas perdidas pelos cantos, recantos
Casais dormitando nas cadeiras duras, impuras.
Portas esquecidas que ao longe bate, rebate.
Fantasias ao vento perdidas, fedidas,
Atores sem máscaras, sem caras
Sonhos que se desfazem, refazem
Vidas aos poucos sentidas, vendidas.
É fim de festa, nem presta
Findou do Carnaval, festival
As luzes se afagam, se apagam,
Acabou o amor, que horror.
Terça-feira, quarta-feira de cinzas
Cinzas do que se veio e se foi
Foi o amor sonhado, desejado
Ficou as cinzas da paixão, desilusão