Máscaras
Máscaras
São sempre outro rosto a cobrir seu rosto
Quem me dera lembrar de sua verdadeira face
Vives eternamente a bailar no tempo
E eu espero que retorne a verdade.
Sofro ao ver-te partir sorrindo
Sei que distantes vais e me abandonas
E juras amor eterno embora de partida
E deixa-me sofrer sempre a dor abandonada.
E voltas ao terminar os folguedos
Com outra face a cobrir tua face
Com outro sorriso a substituir teu riso
Com outros afagos a esconder seu aconchego.
Sofro pelos salões da vida, mesmo que não te siga
Encontro a sombra de sua despedida e volto
Arcada pelo peso dos dias festivos
que não alcançam minha alma que sofre,
Descasco a mim mesma como se a sem face
Habitasse minha alma solitária,
Ouço os sons que ficam nos salões
Meu peito é todo pedaços, senões
Quando voltares, ao fim da quarta em cinzas
Que me encontre inteira e quem sabe
Com forças reavivadas para voar em seu rosto
E arrancar dele as máscaras que o cobre.