MADRUGADA CINZENTA

Por entre ruas, avenidas

Dorme a metrópole, madrugada

Crianças emudecidas, sujas e jogadas

Lamentam a fria calçada, a face crua e nua da desesperança...

-

Sirenes ligadas, fachadas acesas

Insônia dos seres, calados à mesa

Tristeza em rotina, a menina imagina

A paz no lugar, utopias perdidas!

-

Por entre os prédios, cinzas prédios

Tédios, murmúrios e lamentações

Vozes , ânsias e desesperos

Alegrias, suicídios e paixões

Segue a metrópole, agitada

Sangues e flores nas gélidas praças

Jardins de cimento e pó, correria

Lágrimas secas de pedra e de brita!