PASSAS-TE POR MINHA RUA
Em adágios prossigo
embalada pelas sinfonias da vida
o que era muito próximo, nos distanciou
o que era muito unido, se perdeu ao longo
Passas-te por minha rua
por minha pacata vida
abrindo meus céus,
meus horizontes perdidos
Fez-me sorrir para a lua
quando ainda choravas de dor
fez-me ouvir as canções
quando ouvia só lamúrias
Fez-me ver o sol e
sentir o calor na pele
fez-me bela, frondosa
quando era rota, largada
Mudas-te minha rotina
a qual vivo até hoje
mudas-te meus brilhos
dos opacos aos cintilantes
Fez-me ver, enxergar
o que era pálido
em multi cores
como arco-iris
Fez-me acreditar na certeza
das minhas incertezas,
me fez renovada, feliz
saltitante, serelepe...
Me fez ser o apogeu
dos sonhos imaginários
princesa dos meus castelos
de todos os países, todas as nações
Mas passas-te pela minha rua ontem
sem direcionar teus olhares projetados
a minha janela aberta, de cor azul
eu debruçada lhe fitava quando passavas
Nem um aceno, nenhum gesto proferiu
seguiu então rua abaixo, sem um olhar escanteado
sem expressão, inerente aquele nosso juramento
assim como sombra, se esvaiu, como um dia nublado...
Nenhum sinal das tuas verdades
nenhum afago dos teus sorrisos
nenhum batimento do antigo coração acelerado
sumiu, sem um adeus, sem um ultimo abraço....
foi quando, observei o teu passo, guardei-o na memoria...
Romulo Marinho