PASSAS-TE POR MINHA RUA

Em adágios prossigo

embalada pelas sinfonias da vida

o que era muito próximo, nos distanciou

o que era muito unido, se perdeu ao longo

Passas-te por minha rua

por minha pacata vida

abrindo meus céus,

meus horizontes perdidos

Fez-me sorrir para a lua

quando ainda choravas de dor

fez-me ouvir as canções

quando ouvia só lamúrias

Fez-me ver o sol e

sentir o calor na pele

fez-me bela, frondosa

quando era rota, largada

Mudas-te minha rotina

a qual vivo até hoje

mudas-te meus brilhos

dos opacos aos cintilantes

Fez-me ver, enxergar

o que era pálido

em multi cores

como arco-iris

Fez-me acreditar na certeza

das minhas incertezas,

me fez renovada, feliz

saltitante, serelepe...

Me fez ser o apogeu

dos sonhos imaginários

princesa dos meus castelos

de todos os países, todas as nações

Mas passas-te pela minha rua ontem

sem direcionar teus olhares projetados

a minha janela aberta, de cor azul

eu debruçada lhe fitava quando passavas

Nem um aceno, nenhum gesto proferiu

seguiu então rua abaixo, sem um olhar escanteado

sem expressão, inerente aquele nosso juramento

assim como sombra, se esvaiu, como um dia nublado...

Nenhum sinal das tuas verdades

nenhum afago dos teus sorrisos

nenhum batimento do antigo coração acelerado

sumiu, sem um adeus, sem um ultimo abraço....

foi quando, observei o teu passo, guardei-o na memoria...

Romulo Marinho

Romulo Marinho
Enviado por Romulo Marinho em 25/01/2013
Reeditado em 18/04/2013
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