Escombros
É um corte aberto
Eterna chacra
Espasmos de desejos incontidos
É agonia dos sobrevividos
Ao ver tudo ao redor feito em escombros
É de azul o céu escurecer-se
É ter o que levar e não ter ombros
É ter que vigiar o que fugiu
Correr de pés atados em ficar
É não poder sorrir a quem se amar
Largar ao chão a fome e a comida
É dar adeus sem querer despedida
Ter que na lágrima matar a sede
É percorrer a estrada sem aonde
Perder-se quando a porta está à frente
É ser para alegria indiferente
Quando se torna o amor escurecido
Ao invés de clarear a gente.