INAUDITAS NOITES SEM TEUS BRILHOS
Inauditas noites sem teus brilhos
teus resplandeceres opacos
desventuram todas as criações
dos poetas apaixonados
sem focos, desolados
inerte meus versos são
deveras, escassos...
não encontro mais os sonetos
das minhas altivas noites inspiradoras,
olho e não te vejo, penso e não te sinto...
em devaneios, absorto penso
perdido em quimeras, em infortúnios
que dilaceram almas,
na ausência mais presente, subtraio-me
mulher dos meus amores, dos meus sabores
esvaiu-se aos meus olhos, abduzida
em lânguidas dores que parecem luto
longínquas solidões me perturbam
no extremo exílio do meu ser...
na dor crônica na alma,
a saudade perpetua tolerante
fazendo as noites meus abrigos
das madrugadas meu refúgios...
Romulo Marinho