Saudades

Saudades

Saudade, não tem jeito é sempre assim:

Vai chegando de mansinho e se instala

Faz estrago na alma, no espírito e em fim.

Deixa um gosto de derrota, que não se cala.

Como ondas em mar revolto, se aproxima.

Trazendo consigo, tudo o que pode arrastar.

Os pequenos, os grandes, os que estão por cima.

Todos serão atingidos, sem distinção, sem esperar.

Somente quem sofre é o coração desvairado

Já não dorme, não come, não sacia sua dor.

Não esquece, não perdoa, tudo dá errado.

Seu único desejo é o toque suave do amor.

Mas de desejo em desejo caminha:

Sôfrego, cambaleante, desânimo total.

É mais uma pobre vida que se definha

Nas encruzilhadas da dimensão atemporal.

Mais vale buscar com dor e sofrimento

Numa insana obstinação de o encontrar

Do que ficar á margem da vida sem alento

Sonhando, encurralado em eterno fomento.

Lágrimas, tristezas agora se fazem presentes.

Num peito abarrotado de derrotas e saudades

Que machucam, desgastam, mas são inerentes.

Nessa vida de solidão, cheia de maldades.

Hoje descanso, como nunca!

Esqueço-me de quem sou,

Apenas relembro o que passou!

Sentada no arco-íris que triunfa

Nunca é tarde demais.

Um dia chega, outro vai.

O que importa é o agora

Eu diria... E nada mais!

Ester Machado Endo

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mendo
Enviado por mendo em 06/08/2005
Código do texto: T40778