Saudades
Saudades
Saudade, não tem jeito é sempre assim:
Vai chegando de mansinho e se instala
Faz estrago na alma, no espírito e em fim.
Deixa um gosto de derrota, que não se cala.
Como ondas em mar revolto, se aproxima.
Trazendo consigo, tudo o que pode arrastar.
Os pequenos, os grandes, os que estão por cima.
Todos serão atingidos, sem distinção, sem esperar.
Somente quem sofre é o coração desvairado
Já não dorme, não come, não sacia sua dor.
Não esquece, não perdoa, tudo dá errado.
Seu único desejo é o toque suave do amor.
Mas de desejo em desejo caminha:
Sôfrego, cambaleante, desânimo total.
É mais uma pobre vida que se definha
Nas encruzilhadas da dimensão atemporal.
Mais vale buscar com dor e sofrimento
Numa insana obstinação de o encontrar
Do que ficar á margem da vida sem alento
Sonhando, encurralado em eterno fomento.
Lágrimas, tristezas agora se fazem presentes.
Num peito abarrotado de derrotas e saudades
Que machucam, desgastam, mas são inerentes.
Nessa vida de solidão, cheia de maldades.
Hoje descanso, como nunca!
Esqueço-me de quem sou,
Apenas relembro o que passou!
Sentada no arco-íris que triunfa
Nunca é tarde demais.
Um dia chega, outro vai.
O que importa é o agora
Eu diria... E nada mais!
Ester Machado Endo
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