POUCO PANO
Faz tempo que não sei
perdi o tempo e à hora
um tempo que contei
tempo que não sei agora
Em um passado tão presente
nada a levar para o futuro
mais uma noite se vai lentamente
trazendo um dia que já chega escuro
Corpo vestido de pano
alma despida e fria
e os panos quanto engano
não cobrem o que deveria
Escondesse essa tristeza
que me deixa em letargia
talvez na incerteza
melhor eu viveria
O tempo passa
e pela vidraça
vejo a vida lentamente escorrer
e enquanto observo
eu morro sem viver
Célia Jardim