Despretensiosa Observação

Sabe aquele ausentar-se?

Ausentar-se das coisas concretas

Ausentar-se das verdades absolutas

E despretensiosamente prender-se no vago

Prender-se no todo, como agora

Como agora presos por um elo invisível

Que pode facilmente ser rompido

Como o fio de uma teia - de aranha

Mas continuamos presos, por vontade

Por querer se desprender do concreto

E por termos a certeza de que a única verdade é a lua

O que prende a lua?

O que a mantém suspensa

São as promessas de um mais tarde

Então ela aguarda sem pretensões

Aguarda pelas realizações das promessas

E quando será a concretização?

Talvez ontem, talvez hoje, talvez amanhã, talvez mais tarde.

Talvez.

Sérgio Lima e Martha Jerônimo
Enviado por Sérgio Lima em 03/01/2013
Reeditado em 28/01/2013
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