Despretensiosa Observação
Sabe aquele ausentar-se?
Ausentar-se das coisas concretas
Ausentar-se das verdades absolutas
E despretensiosamente prender-se no vago
Prender-se no todo, como agora
Como agora presos por um elo invisível
Que pode facilmente ser rompido
Como o fio de uma teia - de aranha
Mas continuamos presos, por vontade
Por querer se desprender do concreto
E por termos a certeza de que a única verdade é a lua
O que prende a lua?
O que a mantém suspensa
São as promessas de um mais tarde
Então ela aguarda sem pretensões
Aguarda pelas realizações das promessas
E quando será a concretização?
Talvez ontem, talvez hoje, talvez amanhã, talvez mais tarde.
Talvez.