FLOR DE VIDRO
Condena o solo seco
Com flor de vidro e espinho
Que brilha e queima ao sol.
Pisando vítrea flor
Perfura, rasga pés
O humano ser vivente.
E mancha em sangue a trilha
E crava em sua sina
Langor de andar ferido.
Em rumo sem destino
De flor que aflora chaga
Rabisca vida vã.
No ardor que afoga tino
Sem flor que afaga tato
Escava a própria cova.