abismo

Vivência untada pela soberba

Ser errante escarneando o destino

Dançava avido nos seios da avareza

E assim no abismo ia caindo

Ébrio e lascivo, instinto bravio

Com pés pecaminosos ia subindo

No meu ornado e ermo cadafalso

E assim no abismo ia caindo

Na noite onírica, roto eu vagava

Deveras já me extraviara do caminho

Etéreo que eu nunca almejara

e assim no abismo ia caindo

Caminho cabisbaixo e sem rumo

Em estrada sombria e sozinho

Macilento, parvo e sem futuro

E assim no abismo ia caindo

Em arrependimentos eu me desfaço

Agora minha alma está subindo

Enquanto no fundo horrendo e árido

Meu corpo apodrece no abismo

Luiz Etrerre
Enviado por Luiz Etrerre em 20/12/2012
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