abismo
Vivência untada pela soberba
Ser errante escarneando o destino
Dançava avido nos seios da avareza
E assim no abismo ia caindo
Ébrio e lascivo, instinto bravio
Com pés pecaminosos ia subindo
No meu ornado e ermo cadafalso
E assim no abismo ia caindo
Na noite onírica, roto eu vagava
Deveras já me extraviara do caminho
Etéreo que eu nunca almejara
e assim no abismo ia caindo
Caminho cabisbaixo e sem rumo
Em estrada sombria e sozinho
Macilento, parvo e sem futuro
E assim no abismo ia caindo
Em arrependimentos eu me desfaço
Agora minha alma está subindo
Enquanto no fundo horrendo e árido
Meu corpo apodrece no abismo