OFIDISMO
A peçonha me embriaga
E te mastigo na mente
Mente que nem sente
A ofensa à carne afaga
Prescreve a paciência
Complacência se acaba
A dor, ferida, iminência
Fala o peito e a razão se cala
Recrimines a ti
Tua neurose é da mesma paga
O que escrevi eu já li
Tu sussurras ao vento e não fala
Enfim deixe-me ir
Estou com quem anda, corre ou pedala
Tu rastejas pra existir
Entre pedras, lama e valas!