Somos
Do mais antigo céu
Encoberto por palavras antigas
Tristezas quebradas pelo tempo
Sorrisos também.
Uma senhora repousa suas angustia na janela
As renova com esmero.
Feita de saudade,
Ainda espera,aquele olhar que se perdeu
Entre guardas chuvas e vestidos de festa.
Folheava com aflição,
Queria saber o final de sua história,
Perdida pela chuva de verão.
Descansando depois
do golpe de duas ou três palavras,
sobreviveu.
Pedia que para ler em voz alta
As linhas que teimavam cruzar sua vida.
Sentia se aprisionada e se relia baixinho.
Um punhado de palavras
E ali estavam seus dias
E os poucos segredos
Foram escondidos no papel,
Dentro de seus diários,
E o já não haviam silêncios em suas gavetas
Desapareceram,
Restaram seus versos,suas conversas com o nada.
Tudo o que lhe pertencia cabia em duas gavetas.
Mas eram maior que a casa inteira.