.:. O inesperado .:.

.:.

Eis-me aqui novamente, indefesa criança.

Brigo comigo, discordo de tudo e tenho medo.

Temer diante das surpresas da vida é natural;

desejar o corpo proibido, talvez nem tanto...

Mas o que fazer se do meu inusitado espanto,

surge a voz do meu sonho maior, real demais?

Surtiria efeito fugir e me macular o sonho?

Corro em círculos e, nos desencantos da parede,

minha testa bate no contraponto do vento.

Que loucura essa dor que me serve de alento...

Não sou cabeça dura, mas perco a sanidade.

Amar mulher de menor idade é proibido!

Quem proibiu se o coração não tem idade?

Ele é casto como casto são meus segredos...

Segredos esquivos e tementes dos desejos,

refletidos em cada linha do meu sentimento.

A dor consome minha serenidade e minha verve;

Esperançoso, minha angústia é alma que ferve.

Sentir essa tortura estando a dois, corpos despidos,

seria de fácil entendimento real e óbvio: é desejo!

Explique-me, eu a desafio agora, explique-me!

Como sentir essa turbulência sem estar você aqui?

Que raios de torpor você possue nas entranhas?

Quão fêmea você consegue ser, sendo a dama

do meu jogo de xadrez infindável, sem xeque?

Quero da vida de tudo um pouco

e que me mate a alma

depois do nosso idílio de amor na cama.

Juazeiro do Norte-CE, 12 de março de 2007.

15h22min

.:.

Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 11/12/2012
Reeditado em 14/06/2013
Código do texto: T4029821
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