galopada
Eu galopo, livre,
Acicatando o cavalo vento
Crinas soltas
Ancas largas
Resfolegando
Transformando o tempo
Eu cavalgo livre
Mordiscando a pele
E murmurando
Entrecortadas frases
Entre sumos e humores
Revolucionando cada pensamento.
Eu galopo livre,
Raspando a pele
Nos pelos do cavalo vento
Aspirando o cheiro forte
Das loucuras incontidas
Da mata virgem
Da fonte inesgotável
Ou talvez do próprio tempo.
Eu galopo livre,
Na pele
E nos detalhes do cavalo vento
Como se não houvesse tempo
Nem contratempo
E me refaço
Em cada abraço
E aspiro o ar
Em busca de novo alento...