Depressa
Tudo não passou de um conto
Cheio de cores e encantos
Repleto de antigos amores
Cobertos pelo mesmo manto
Ah! Vida, por que assim fazes?
Turva-me e depois revela
Aquilo que não me fascina,
Desejo, nem sina, nem ela?
Quisera dia após dia
Ser o mesmo dia, quem dera...
Aquele primeiro momento
Daquele dia que era...
Porque não se guarda nos dedos
O tempo que se esvazia
Ontem à noite meus medos
Hoje, minha agonia
Passaste tão depressa
Que as nuances desapareceram
Já não se vêem mais rosas no vaso
E as margaridas já se perderam
O que me resta desta noite fria
É o apelo da minha loucura
Que também esta vida se passe
E se finde esta amargura.