"ADEUS ÀS ARMAS"

ADEUS ÀS ARMAS

Se sou covarde não sei,

Não vou me mexer mais, não,

Deixo p'ros homens da lei

Que tomem a decisão.

Se não dão a segurança,

Nem ao pobre, nem ao rico,

Se só gostam de abastança,

Se eu me meter, onde fico?

Menina o mundo é cruel,

Desde o tempo de Jesus,

Teve que beber o fel,

Já bem pregado na cruz.

Já lutei, fiquei cansado,

P'ras coisas ruins mudar,

Hoje não sei qual o lado,

No qual devo acreditar.

Arrisquei a minha vida,

P'ras coisas serem melhor,

Hoje não sei, oh querida,

Qual o lado que é pior.

Não lute muito criança,

Veja o mundo com luneta,

Quando vem a esperança,

Vem atrás a baioneta.

Os canhões ribombam em cima,

Dos pobres dos palestinos,

Eu não sei em minha rima,

Quais serão os seus destinos.

Eu não sei quem tem razão,

Não quero entrar neste mérito,

Só vejo desilusão,

A coisa vem do pretérito.

Por isto, menina reza,

Reza e ora sem parar,

Pois ELE nunca despreza

A quem NELE acreditar.

Para a poetisa ANNA LÚCIA GADELHA, de João Pessoa(PB)

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Antonio Tavares de Lima
Enviado por Antonio Tavares de Lima em 24/11/2012
Reeditado em 02/07/2013
Código do texto: T4002599
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