Em compasso de espera
A alma sofre
Pobre maquina pulsante
O cérebro te obriga e o peito aperta...
Meus olhos se desviam das estrelas
São inóspitas, beleza ilusória...Matam
Anseio ir de encontro ao mar...
Traiçoeiro tal como amante vingativa
Tantas águas também são assassinas
Diferente das estrelas, nelas posso mergulhar...
Me canso desta humanidade que me aflige
Este corpo que sem ar não sobrevive
Me canso desta condição constitucionalizada
Nos próprios desejos e defeitos aprisionada...
Não suporto tal limitação
Soberba magistrada nas estradas da vida
Moscas parasitas em busca de perfeição...
Como me enoja esta miséria moral
Essa onipotente inocente manifestação...
Pobre Deus...
Preso na carne de nossa condição!
Não te vanglorie de meu estado de espirito...
Não te valorize nos excessos que regurgito
contemplando estrelas ou absorto frente ao mar
Sempre sou o que sou, para minha dor...Existo.
Sem saber o motivo...Continuo...
Robotizada forma no cumprir do oficio
(Nada mais além que isso!)
Viver...Tão somente viver...
E no contraponto de meu destino...
Deixar de ser o “ser”...Maldito...Mesquinho
Talvez seja este o caminho...
No estreito deste delírio...Jogar-me no mar
Morrer...
Maldição...Esta carne é prisão
Liberdade existe em outra dimensão?
Quanto cansaço...Alma e infinito
Ainda morto hei de suspirar e lamentar
-Sou imortal...Ainda existo!