Vazia
Deitada na cama
Som ligado
Ventilador na cara
Papel e caneta na mão
Faço a minha viagem diária
Embarco, neste momento, para a cidade da imaginação
Que fica no país no NÃO
Não pode chorar
Não pode entristecer
Sofrer? Nem pensar, não!
Sintonizo uma radio
Propagandas, reportagens, programas
Me decido pelo silencio!
E o murmurar do ventilador no meu ouvido
Ele me diz que tá quente
Que o dia tá lindo e que a lua e as estrela estão sorrindo!
Respondo apenas com um olhar
É o suficiente para ele entender
Que o melhor que ele pode fazer, no momento, é emudecer!
De repente minha imaginação pára
Me falta as palavras e eu penso
Sobre o que vou escrever?
Pensamento vazio
Vago, vasto, raro, muito
Penso no celular
Ele bem que podia tocar, mas não toca
Buzinas interrompem meu silencio lá fora
Tem alguém chamando por outrem
Não preciso nem me levantar
Sei que não é pra mim
As 23:05 h quem procurará ninguém?
Tento chegar ao fim
E acabar de uma vez com essa narração
Mas as palavras, frases, pensamentos
Jorram no meu cérebro
E tudo isso já é uma grande confusão!