CORAÇÃO PARTIDO

Ó dor que brota

Por tudo em volta

Quando o verde desbota

Da esperança do amor.

Ó ente alado

Cupido bastardo

Bateu ao meu quarto

E me flechou para a dor.

Ó triste sina

Do poeta que estima

A bela adormecida

Que o seu beijo não é capaz de despertar.

Ó fogo que inflama,

Que não mais encanta em sua chama,

Que consome e que reclama

A posse do meu coração.

Não há bálsamo que dê alívio

A este pobre coração partido

Que me fez banido

Dos jardins do amor.

Ó meu cavalo alado,

Ensina-me o teu segredo sagrado,

Que das cinzas eu renasço

Para um amanhã que não ouso esperar.