Entre Parênteses


Eis o fruto que lhe ofereço na Primavera:
Já seco e cheio de sementes (sêmen)
para  vasos (sanguíneos) onde brotam troncos (gregos)
(Armaduras de mármore onde batem meu coração).
 
Bate (na minha face direita)
cheia de rezas e de regras.
Aliso os lençóis e a toalha de mesa,
mas há frisos por toda a casa,
nas paredes, camas, armários...
(E você frisa isso tanto!)
Beijo-lhe a testa (um teste)
e vejo seu dedo (em riste)
diante do meu rosto (triste).
 
Então, ofereço meu lado esquerdo, esquecido
(entre parênteses)
Vil
(e você não viu?)
Que burlei leis para nos defender,
que apaguei  contraindicações das bulas,
preparei chás de Salém para a nossa cura?
Contudo você me desconjura
e me grava no canhoto a letra escura.
 
Peço perdão setenta vezes sete,
tento resolver a equação,
descobrir o x e o y da questão,
n vezes.
Porém nada é igual ao inteiro;
só existem os lados:
Direito e Esquerdo
(Dos parênteses)
 
 
Well Coelho
Enviado por Well Coelho em 09/11/2012
Reeditado em 11/11/2012
Código do texto: T3977234
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