Apagado
Na estrada vai sem nada
Carregando na bagagem
A escova de dente e um pente
No coração só desilusão.
Qualquer lugar sua morada
Andarilho sem causa
A vida já não lhe causa emoção.
Passo a passo o passado enterrado
Despojado de qualquer vaidade
Segue estrada afora esfarrapado
Sem adeus nem esperança.
Vento empoeirado lacrimeja os olhos
Aproveita o momento lágrimas rolam
O rio lá embaixo corre em silêncio
Leva a saudade pra bem distante
As costas das mãos correm em socorro
Apagam as evidências...
Fim da ponte, vestido em púrpura pôr do sol...
Noite em luto abraça
No banco da praça deita a carcaça
Sombras dançam o bale das árvores
Ar da desgraça geme entre os galhos
Sonolento, vê o futuro sorri com graça
Fogo de palha, logo se desfaz.
Jamaveira