Lapsos

São reflexos inacabados, memórias inalteradas

Últimos suspiros de um ambiente inóspito

Um passo pra eternidade momentânea de um lapso

Quem sabe uma ida ao fundo do poço emocional...

São notas no rodapé da indiferença

Pura descrença,

Atraída a habitação manchada por lamurias espirituais

Que embalam o sono indigesto do ser

Cresci em quase três meses, meus dezoito anos

Me perdi em várias variáveis internas,

E progredi através da noite.

Refleti meu reflexo no espelho da separação

Fechei a porta da descrença para os bons de coração,

Acreditei no sol solidário da TV...

Me troquei por uma descida ao inferno,

Sacrifiquei minha sanidade no altar do desprezo

Pelas esquinas escuras da minha mente

Com um brilho ilusório a supostamente me guiar

Com o crescente abcesso em minha sanidade

Minha hemorragia emocional supera-se, cálida

Me atraindo

Me corrigindo

Me iludindo

Ainda desafio minhas quimeras

Uma luta escassa de mil dias

Um náufrago em pleno deserto espiritual

Atraído pelas trevas que gentilmente balançam

Ao sangue que me seduz,

A dois mil anos luz,

Da minha imaculada prisão.