TRÉGUA
Onde está a verdade?
Onde estará a minha verdade?
Será tudo um grande teatro como, seguramente, diz meu irmão?
Quem sou eu?
O que quero com minha poesia?
Despertar consciências?
Aparar arestas?
Holofotes?
Por todas estas e tantas outras indagações, darei um tempo.
Fecharei as comportas de dizeres que me forjam a escrita.
Serei prática, técnica, realista... Sucumbir-me-ei ao fatalismo neo-liberal "a realidade é mesma assim..."
Serei unicamente leitora... Voraz, contumaz... Em quietude...
Cansei de brincar de ser poeta/poetisa.
Joguei a bola de meia pro alto e ela não voltou.
Vou esperá-la com um bloco de papel nas mãos.
Um dia talvez ela volte,
quem sabe mais consistente do que um dia fora...