Suspiros do tempo
Tenho preguiça do tempo,
Meus pés são cansados,
Meu olhar desatento.
Meus dentes num copo,
as pessoas com pressa,
eu aqui sem tempo.
já não esperam por mim,
correm como se não houvesse amanhã,
E o a amanhã pesado nas minhas costas.
Riem pra mim, riem de mim.
Sou louco ao olhar dos jovens,
Que se arrastam sobre minhas pegadas.
Minha cara amassada,
Já denuncia as surras da vida,
A luta mais difícil da minha vida.
As lágrimas salgadas das lembranças,
Os sorrisos dourados das manhãs eternas,
O cheiro alegre no travesseiro, onde repouso meu sono.
Meu corpo cansado já não tem a pressa louca da descoberta,
Eu volto sozinho de onde vão passar esses filhotes vorazes, esses suspiros do tempo !
Valeu a pena, até que soa bem o fim da minha vida.
As pessoas não me levam mais a sério, posso surpreendê-las.
O tempo é mesmo muito engraçado, parece que foi ontem,
Que me achava jovem demais, e queria saber de tudo.