Chama Adormecida.
Aqui estou novamente,
Vivendo a mesma ardua angústia
Que se faz mais intensa
Pela minha fragilidade
De não aceitar as perdas da vida.
É como se todos aqueles sonhos
Que tivera quando criança
Se tornasse hoje meu pesadelo,
No espelho não enxergo-me como antes
Tudo mudou dentro de mim.
Parecem que os passos dados ao longo do caminho,
Fizesse meu ser esquecer quem era,
E como um espírito perdido dentro de seu próprio corpo,
Esquecer o propósito a que buscara outros passos.
A janela velha da casa abandonada
Já não espera mais a visita do meu olhar ancioso.
Nem mesmo a silhueta do velho esbolço de mim.
Perdi-me dentro de minhas espectativas,
E a lembrança esquecida no peito
Parece o único suspiro que habita em mim
Do que realmente eu busco ser.
Mas as luzes apagadas da minha consciente fragmentada
Torna uma sombra vagante em busca de seu corpo,
Talvez nunca mais toque meu rosto
E sinta toda sua textura
E quem sabe no feixe pequeno da lembrança petrificada
Encontre a ultima gota de ternura.