A Ânsia de Morrer
São essas as horas malditas,
Nas quais desejei não ter nascido,
Negro destino de palavras ditas,
Que na desgraça eu fui concebido
E este presságio do fracasso,
Persegue-me em meu caminhar
Não há fuga para esse abraço
Que a maldição veio me ofertar!
Tanto infortúnio na existência,
Sobrepõem-se as minhas alegrias,
Vivendo no luto de persistência
Em um mar liquefeito de agonias!
Sinto apenas o depressivo amargor
Ao peito soluçar suas dores
Que em leve e pecaminoso rancor
Desbotam-se como flores!
Desgraçado serei nas reencarnações
Que o agouro negro me abraça.
Na verdade todas essas compulsões
Será o sinal da minha desgraça
Quero tão logo assim morrer,
Sem ver o destino zombar-se de mim,
Que me resta neste viver?
Senão aguardar pelo meu glorioso fim