.:. Ai de mim .:.
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Ai de vós, devasso povo hipócrita!
Julgar desmedidamente, de véspera,
Tantas causas controversas e apócrifas,
Desmascara tudo, sim, e etecétera.
Condenamos. E que se danem os créditos.
Adoramos as notícias das gráficas...
Os tráfegos, os trôpegos, os tráficos;
Todos se ajuntam nesse teleférico.
Migrei, ousando, apesar de muito trêmulo.
E sangrei quando tive o mesmo hábito.
Mas na vida, estamos num mesmo pêndulo...
Quem deveras nos julga, o ditoso árbitro,
Ao buscar provas contundentes, ásperas,
Também erra, desconstruindo boas máscaras.
Juazeiro do Norte-CE, 28 de agosto de 2012.
09h54min
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Embriaguez poética
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Ah, vida insana de maldades ébrias!
Chão etílico que elitiza o pensar...
Paladar voraz que urge das colmeias,
Distingue minha alma e faz levitar.
Quiseram ludibriar-me o pensamento,
Deram ao álcool o sabor da poesia...
Mas o transe da alma, meu pensamento,
Refugiou-se na verdade que nascia.
Das artérias pulsando em tom maior,
Por onde sangram as condoídas taças,
Ressoam as mordaças do ébrio destino.
Mas se a vida for gole de vinho e só,
Soltando monstros doentios e carapaças,
Prefiro o silêncio do verbo que primo.
Crato-CE, 27 de agosto de 2012.
16h08min
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