Ilusão

Quem dera tirar da vida

O copo de voz ardida

O sabor de mágoa que cresce

A dor que a ilusão adormece.

Quem dera tirar da vida

A fumaça da vida varrida

O delírio insano, a tragada

A morte já anunciada.

Quem dera tirar da vida

O cheiro da alma perdida

O soluço que a fêmea enternece

O olhar da cria

Que ainda em vida, adormece.

Quem dera tirar da vida

Os passos da insensatez

Do tom a rude altivez

A ruga ferrada na tez.

Quem dera tirar da vida

O susto do sono inocente

Que precocemente entende

O copo, a fumaça e o cheiro

Da alma as dores vigentes.

Paula do Carmo Brandão da Silva
Enviado por Paula do Carmo Brandão da Silva em 22/10/2012
Código do texto: T3945466
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