Vento.
O vento bate em minha janela,
Lembrando-me a tormenta em que em encontro...
Sussurros apaixonados, perdidos...
Em labirintos sem monstros...
Não há necessidade de monstros, basta sua falta...
Não me encontro mais em mim,
É como se eu não fosse mais do que uma boneca de porcelana,
Que todos têm medo que se quebre...
E tu estás tão longe,
E andas sem rumos,
Em estradas vazias...
E eu fico aqui, neste deserto...
Olhando por você, orando que você se encontre de novo...
E que me encontre novamente...
Que tudo volte ao normal...
E meu normal é com você.
Não aqui...
Em minha torre, presa em pensamentos.
Lágrimas reprimidas vencem a batalha e caem quando me recordo de ti.
Será que ainda lembra de mim?
Que vivo lembrando de um vulto,
A cada dia mais distante de mim...
Ouço novamente o barulho forte do vento me despertando...
Dos devaneios que sua falta,
Como uma droga, que quero me livrar, me mantém cativa.
E ainda sinto seu gosto em mim...
Apenas para tocar um pouco mais na ferida ainda aberta...
Cujo bálsamo está perdido além de meu alcance.
Vivian Sales de Oliveira.