Diálogos separados
Não peço à noite a luz de suas estrelas,
nem ao teu amor o que nele eu não puder amá-lo,
mas as fímbrias de certas indóceis amarras
ou liberdades ausentes nas presenças dos teus prantos indecifráveis.
Acostumei-me ter-te em imensa companhia,
beijando o teu corpo e a lapidar tua alma,
qual algoz traído pela própria sorte
e pleno de amor a ver escurecer seus dias.
Sobre ti sou esse homem tão faminto,
de gostos indistintos e loucas fantasias,
a assustar-te à noite e desculpasse aos dias,
qual menino mimado e cheio de agonias.
Tenho comigo o sabor incomparável de tua boca
e o peso macio do teu corpo farto,
diante do desalinho dos nossos vãos diálogos.