SOFRIMENTO
De que vale a vida,
Se não se tem mais,
Algo a se apegar,
Se o amor não tem mais sentido,
É somente interesse, necessidade.
Perdeu-se o sentido do verbo Amar.
Nada mais resta a fazer, a não ser se isolar.
O amor fraternal, universal, continuam a ter sentido,
Mas de que vale a vida se não se tem um amor carnal?
Aquele que te aquece nas noites frias de inverno,
Que te acalenta nos momentos difíceis,
Que te acompanha no riso e na dor?
Se se perdeu esta essência do AMOR,
Então que resta fazer?
Isolar-se, separar-se daqueles que ainda...
Podem nutrir por ti;
Sentimentos, que por eles,
Não mais os tem, a não ser universal.
Desejos, saudades, lembranças,
Não mais
Vida desgraçada, desgraçada vida,
Por quê me destes tantos sentimentos?
Gostaria de ser como as rochas,
Que se envelhecem caladas e somente
Limitam-se a aceitar a ação do tempo,
Das chuvas e do vento.
Mas não sou, e sofro...
Como qualquer outro ser humano,
Que no desenrolar da vida,
Vê o quanto é ínfimo, descartável,
Neste mundo cruel e falso,
Mas somente para aqueles
Que vivem sobre o cadafalso
E não passam a vida a dormir.
N. União - 13-08-05 - Riedaj Azuos