Olá, irmãos
Olá, convivas,
Mortos amigos
Dos tempos idos.
Olá, irmãos.
Passou-se o tempo
Tão de repente
Que a minha mente
Perde a razão.
Sinto saudades,
Mas tenho medo
De meus segredos
Vir vos falar.
Ainda vivo,
Mas estremeço;
Triste, padeço
Neste lugar.
Todos os homens,
Filhos da terra,
A morte encerra
Nos seus mistérios...
E eu sinto medo,
Mortos amigos
Dos tempos idos,
Dos cemitérios.
Mas quem se importa
Se no final,
Sem bem nem mal,
Tudo se vai?
A vida pulsa,
E o tempo mata
E nos maltrata
E nos desfaz.