.:. Roda-gigante .:.

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Ó Deus!

Permita-me calar diante da força bruta e desmedida.

Permita-me respirar calma e profundamente...

E somente depois, Senhor, mansamente, Fale por mim.

Ó Deus!

Qu’eu entenda o grito como forma de temor.

Qu’eu entenda as mudanças repentinas sem dor...

E, somente depois, qu’as janelas se abram para mim.

Ó Deus!

Se há uma verdade, por que não houve olhar no olho?

Se há algum temor ou medo, por que buscar senões...

A vida flui, mesmo que existam imundos e tortos canais.

Ó Deus!

Até quando estaremos sob o julgo da arrogância prepotente?

Até quando, friamente, nos oferecerão a intragável aguardente...

A vida flui, mas as marcas não devem ser de cinzas recordações.

Ó Deus!

O altar está posto, mas o rei parece débil, desequilibrado.

O altar está posto, mas há na edificação pontos desestruturados...

Assim, quando as paredes ruírem, cessarão vidas inocentes.

Ó Deus!

O início da decadência tem origem no ápice, sutilmente.

O início da demência reflete uma mal-resolvida submissão...

Assim, que girem por toda a vida as cadeiras dessa roda-gigante.

Crato-CE, 27 de abril de 2010.

13h36min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 24/09/2012
Código do texto: T3898151
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