CANETA E PAPEL
Você senta, caneta e papel. Reflete sobre os dias. As pautas te instigam e zombam de ti. Duvidam da sua capacidade de raciocinar em meio a essa teia de pensamentos desconexos.
Você pensa, caneta e papel. Esse vazio na mente te oprime, as palavras se escondem em possos frios e densos da sua memória.
Você tenta, caneta e papel. Expressar, cuspir, por para fora o espinho venenoso que atravessa sua garganta.
Você insiste, soa as mãos, molha o papel. São mensagens não respondidas, perguntas que antes te fariam pensar e hoje você tem grande tendência em ignorar, por medo.
Você acalma-se, rabisca o papel. Respira fundo e enche de novo ar, a alma cansada. Aspira liberdade, mesmo expirando comodismo.
Você escreve, caneta e papel...e as palavras bailam, tremulam e fluem como se sempre fossem parte de você.
Você senta, caneta e papel. Se expõe, se revela...e acaba por não dizer nada.
Você desiste, joga longe a caneta, rasga o papel...e deixa o texto pela metade.