DESALENTO
Em silêncio proponho-me a ficar
E nesses olhos que teimam em dizer
Por onde anda aquele olhar
Fico pensando como fui me esquecer
Quando envolvia-me em desalento
Em pensamentos a recordar
E a boca seca de sofrimento
Pus-me em tuas mãos o doce amar
Em mãos incertas de desejos
Vão-se os sonhos pelos cantos em versos
Vão em versos os choros em latejos
Vão em ti os beijos dispersos
Pobrezinho dos pássaros que em segredos
Não sabem ao menos a dor do cantar
Ai quem dera viesses cantar em alvoredos
Se minh’alma ficasse súbita à desvairar
(POR PAULO RICARDO)