CORAÇÃO FERIDO.

Já é madrugada,

Nesta noite fria,

Céu escuro, ruas vazias,

Somente a saudade,

Que meu corpo invade,

Serve-me de companhia.

Em um peito chora,

Os olhos ficam ressecados,

Espírito zonzo angustiado,

De solitário condor,

Voando amplidão a fora,

De mim o sono é passado.

Meus olhos volvem-se a contar,

Cada segundo que passa,

No ponteiro que compassa,

As noites de solidão,

Condoído sente o coração,

De dardos que o transpassa.

Noites frias,

Tempo vago traiçoeiro,

Intrínseco tempero,

Que faz - me o peito sangrar,

Nem balsamo pode curar,

O silente mensageiro.

Vão-se os dias,

Passam-se as horas,

Nem lembranças de outrora,

Apalia-me a dor,

Das chagas de falso amor,

Que a angustia explora.

Até onde irá,

Essa angústia ferina,

Que todo o meu ser domina,

Deixando-me sem ação,

Já me subverte o coração,

Vivo sem querer amar.

Cosme B Araujo.

18/09/2012.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 19/09/2012
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